segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Ceras Ricardão



É incrível como algumas vezes é difícil provar que focinho de porco não é tomada. Ainda mais dentro de um relacionamento amoroso. Ainda mais quando a parte que não consegue diferenciar o suíno da eletricidade é contaminada pela cegueira devastadora do ciúme.

Foi o caso de uma menina. Ela tomou um choque no focinho que o namorado “encucou” que era uma tomada. Lastimável. No namoro recente, mas já engajado, ocorria tudo bem, tudo lindo, como costumam ser os doces inícios. Porém, pelos atropelos do cotidiano, nem todos os dias era possível um encontro para exercitar a paixão. Até aí tudo bem. Era só saudade e nada mais.

Naquelas semanas mais que corridas, misturando trabalho e compromissos familiares, a menina teve de adiar por uma ou duas vezes um programa com o companheiro. Uma pena, pensava ela. Mas é assim que é.
Ficaram eles uns quatro dias sem se ver, apenas conversando ao telefone, e ele cobrando atenção. Nesse meio tempo, um dos compromissos que a moça colocou na agenda foi o salão de beleza. Ela precisava dar uma geral nas partes íntimas. Depilação completa por favor!

Pois bem. Escancarada em uma maca com uma luz quase cirúrgica sobre sua área de lazer ela foi ser depilada. E, por mais que estejamos acostumadas, sempre dói. Dói sim!

Mas, ela procurava pensar em outras coisas enquanto pedaços de couro pareciam sair a cada puxada de cera. Por exemplo, pensava em como o namorado, que ela deveria ver na noite seguinte, ficaria animado e satisfeito.

Ela se concentrou tanto nesses pensamentos que quase esqueceu a dor. Exceto pelo lado direito da virilha. GOD! Uma puxada ali realmente doera excessivamente. Foi um grito, um pavor.

Sabe quando a cera parece te amar? Parece ter tido uma química incrível com sua pele e não quer ir embora com o paninho? Ela fica ali, grudadinha em você e quando a profissional puxa... você vem junto. É uma dor escabrosa.

A pobre moça, desgostosa da vida e querendo mandar às favas todas as gerações daquela depiladora, ficou com um roxo de dar gosto (em tempo: de dar gosto à qualquer espírito de porco [ps: não se acanhe se você for um, rs]) na lateral direita da virilha.

No dia seguinte, o roxo já tomava contornos esverdeados. Não há maquiagem e nem mágica que suma com isso.

A noite reservava, enfim, o encontro com o namorado, depois dos dias de jejum amoroso. Eis que, na famosa “hora do vâmo vê” ele viu. Ele viu o roxo. Ficou endiabrado. Ela, tadinha, achou que o moço houvera se compadecido de sua dor horrível, sofrível no momento da depilação.

Ele jamais pensou nisso. “Quem deixou esse chupão aí?”, questionou, totalmente fora de si. Aí a vaca foi para o brejo (nossa, to super ditados populares hoje, hein?!). Não havia explicação, depilação, e qualquer choramingação que tirasse da cabeça do cara que aquilo era um simples erro de condução de uma cera depilatória. Era só uma cera apegada. Para ele era um chupão, claramente. E explicava os dias “ocupados” da namorada.

Fucinho de porco virou tomada, e ponto. O rapaz terminou o namoro, jurando que os chifres que as pessoas colocam em cabeça de cavalo tinham ido parar na sua própria cabeça.

Ela ficou triste um tempo. Foi um término injusto. Mas logo se recuperou, pensando que, afinal, ceras passadas não movem moinhos.


Obs: Agradeço às leitoras e leitores que têm passado por aqui, lido os textos, deixado comentários. Às novas leitoras que deixaram recadinho no último post, sejam bem-vindas e divirtam-se!

8 comentários:

  1. Poxa, injusto.
    Mas se era começo, e ele já não acreditou nela, melhor que acabasse antes que alguém se machucasse
    (mais). Rs!

    Beijoo

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  2. Eita situação... mas a reação é típica dos homens...

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  3. só acho estranho porque eu nunca fiquei com um roxo na virilha por depilar. mas vai saber que tipo de mulher era a depiladora, nao é?
    aí virou um zoo: cavala (depiladora), porco, vaca do brejo. rs
    bjao querida
    Kah
    www.kahmaia.blogspot.com

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  4. Querida autora, tenho uma amiga que perdeu o namorado por causa de um roxo na perna, causado por uma topada junto a um aparelho da academia enquanto ela se esforçava para erguer o seu bumbum (árduo exercício!!!). Enfim, assim como neste caso, acho que o rapaz não amava a moça. Era desculpinha boba, "conversa pra boi dormir".

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  5. A quimica dos personagens criado por voce é sensacional. Adoro esse blog, sério.
    Abrçs

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  6. Chorei de rir,
    Como mulher sofre, passa por vários tipos de tortura para ficar mais bonita e ainda tem q aguentar uma dessas...
    Certa tá a Claudia Ohana, hehehehe.

    bjos

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