sábado, 12 de junho de 2010

Dia de Frango à Passarinho!




Desde os tempos mais longínquos, quando o ovo virou galinha – ou a galinha botou ovos – existe uma iguaria presente em qualquer boteco que se preze: o Frango à Passarinho! A especial pérola gastronômica, que consiste em pequenos pedaços da ave bem fritinhos em óleo muito quente, só é bem apreciada quando degustada da maneira correta: com as mãos! E não é só isso: tem que se lambuzar. É igual a chupar manga. Quer comer bonitinho, então escolhe um peito grelhado, rs.

Baseada nesta incrível observação sobre os hábitos culturais relacionados ao Frango à Passarinho, também foi possível observar que muitas mulheres sofrem de uma grave patologia quando se expõem ao prato em lugares públicos. É a “Síndrome da Franguinha Recatada”.

Os sintomas consistem em suar frio quando se sente o cheiro do Frango, desejar, estender a mão para pegar e acabar desviando para qualquer coisa que estiver ao lado (por isso você vê coisas como uma jovem com um saleiro na mão, nervosa, e que acaba comendo ali uma boa quantidade de sal. Mas esta já é a Síndrome da Vaca Desviada, outra coisa).

Então, a Síndrome da Franguinha Recatada não deixa que o Frango à Passarinho seja comido. Após longa pesquisa realizada com exemplares da espécie feminina que passam por esse mal em bares e botecos badaladíssimos, foi possível chegar à conclusão que a vergonha é uma das grandes catalisadoras da Síndrome.

Imaginem a cena: uma mulher chega linda, gostosa, vitaminada (essa veio de longe, rs) a um bar. Os gatinhos logo olham, paqueram. Ela senta, cruza as pernas. Faz o tipinho que mexe no cabelo, cheia de charme. Retoca o gloss. Dá uma gargalhada sonora, segura de si.

Os pretensos paqueras perdem a moça de vista por alguns minutos, virando-se para o lado para comentar algo com os amigos, ou para tomar uma tulipa de chopp e, quando se voltam para aquela bela mulher, ela está atracada com uma coxa de frango entre os dentes. Tem óleo acumulado nos cantos da boca, prestes a escorrer. Morde um pedaço e, quando puxa, fica aquele pedacinho de pele de frango pra fora, que acaba sendo chupado como spaghetti em seguida. As belas unhas bem pintadas ficam com gordura embaixo, bem como boa parte dos dedos. Quando a “devoradora de frango” sorri, tem pedaços de comida entre os dentes.

Após as sucessivas cenas, alguns paqueras desenvolvem a “Síndrome do Pinto Murcho”, outro mal relacionado ao Frango à Passarinho. E não há álcool em gel nem sabonete de bar, nem trident que irá ajudar a curar essa síndrome. As cenas são fortes.

É por tudo isso que recomendo que, se você está indo a um bar com o objetivo de paquerar, não coma Frango à Passarinho! Passe vontade. Peça pra sua vó fazer em casa depois. Liga no Fry Chicken de madrugada, whatever.

No entanto, a você solteira, venho dizer que existe um dia do ano em que você não precisa se preocupar com nenhuma das síndromes causadas por aqueles gostosinhos, bem fritinhos, salgadinhos e oleosinhos quitutes! E esse dia é hoje, Dia dos Namorados.

Aproveite a noite. Junte as suas amigas, vá para aquele barzinho aconchegante, bacana. Com certeza lá só terá casais, exceto por sua mesa. Ninguém vai olhar pra sua cara. Todo mundo vai estar tomado pelo amor e paixão. Peça muito Frango à Passarinho, ataque tudo, sem pudor, com segurança e sem síndromes. Roa até o ossinho. É libertador. O melhor programa para solteiras no Dia dos Namorados!
*Atualizada em 13 de junho com a foto do meu programa de sábado à noite..rs.