segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Ervilha Gourmet: Nhoque de Mandioca

Nhoque para nós, Gnocchi para os italianos e simplesmente nhoc nhoc nhoc para quem come essa delícia em qualquer lugar do mundo, rs. Essa gordinha e gostosa tentação é super versátil e muito fácil de fazer. 

O nhoque tem até superstições próprias - quem nunca ouviu falar do nhoque da fortuna? Tem gente que faz essa gostosura aos dias 29, colocando uma nota de dinheiro embaixo do prato e comendo os sete primeiros pedacinhos em pé, fazendo um pedido a cada um deles. (Minha recomendação: quer fortuna, vá trabalhar. Utilize seus pedidos desta maneira: "Não engordar. Não engordar. Não engordar...", pois o tal do nhoque é bom nisso! rs)

Quando me dava vontade de comer, costumava ir ao mercado e comprar a massa pronta, só cozinhava e fazia o molho, caminho que a maioria deve adotar. Até que um dia eu resolvi testar uma receita. Até meu irmão mais novo já havia feito nhoque caseiro várias vezes, e eu comprando no mercado ainda. Fiquei despeitada. Fiz de batata com molho de tomates e ficou bom.

 Nesse feriadão eu e meu namorado fizemos um churrasquinho e eu cozinhei muita mandioca... e sobrou. Dois dias depois olhei aquela mandioca guardada na geladeira, beeem cozida e temperada com muita manteiga e salzinho, e quis reaproveitá-la, mas queria fugir do clichê mandioca frita.

Bingo! Pensei no nhoque! Vou colocar aqui para vocês a receita passo a passo. Como não sou nenhuma gourmet, chef ou coisa do tipo, apenas alguém que ama frequentar a cozinha aos fins de semana, eu não sei dar receitas da maneira mais tradicional, dizendo quantos gramas, quanto tempo, bla bla. Eu faço as coisas no feeling e no olho e vou tentar passar isso da forma mais compreensível possível.

Vamos lá. Peguei a mandioca, mais ou menos um prato fundo cheio dela, esquentei um pouco no microondas para amolecer - já que estava guardada na geladeira - depois coloquei em uma bacia e amassei bem com um garfo. Tava bem cozidinha, então foi tarefa fácil. Em seguida, coloquei um ovo, uma pitada de sal e um fio de azeite extra virgem. Misturei bem. 

Então eu fui colocando farinha de trigo e fui amassando com as mãos, até que consegui formar uma bola com superfície lisa, quer dizer, grudando pouco nas mãos, como vocês podem ver na montagem de fotos.

Joguei farinha em uma superfície limpa de pedra, dividi a massa em bolas e fui fazendo rolinhos. Nenhum mistério, é igual a brincar de massinha e você deve ter feito muito isso quando criança. Quando grudar na mão, joga mais um tiquinho de farinha na pedra e nas "cobrinhas" de massa.

Tudo enroladinho, cortei em pequenos pedaços com uma faca lisa e bem afiada. Certifique-se que a superfície sob o corte esteja salpicada com farinha, pois como a massa não tinha muito trigo, às vezes ia grudando os cantinhos quando eu apertava para cortar.





Tudo cortado, então, deixei aguardando e fui preparar um molho e ferver a água do cozimento. O molho você pode preparar como quiser. Eu estava afim de um branco. Refoguei alho na manteiga, muita manteiga, joguei trigo, depois leite, temperei com caldo de frango, cozinhei bem e finalizei com requeijão cremoso e creme de leite (estão vendo que refeição light?!).

Quando a panela com água estava super borbulhante e lindamente fervendo, fui colocando com delicadeza os pedacinhos de massa. Elas vão ao fundo, rapidamente cozinham e, quando isso acontece, pedem socorro para você indo à superfície, boiando na água. Aí você tem que ficar ligado(a) e tirar logo!

Colocando e tirando, colocando e tirando, até que tudo esteja cozido. Fui colocando os nhoques já cozidos em um escorredor e jogando água fria, para dar um choque térmico e impedir que o calor continuasse cozinhando meus meninos.




Aí é só colocar seu molho e se matar de comer! No meu caso ainda quis fazer uma gracinha... Coloquei em um recipiente o nhoque, o molho branco (muito!), cobri tudo com queijo e levei ao forno para gratinar, deixando dourar bem dos lados como você pode ver na foto. Comer essa capinha de queijo tostadinha não tem preço! Senhor, perdoe o pecado da gula! 

Acompanhamos com um tinto chileno, um Carménère (Concha y Toro), que é um vinho mais macio e menos encorpado que um Cabernet Sauvignon, por exemplo, tendo um sabor frutado bem gostoso e taninos suaves. Era o que a gente tinha na hora, desceu muito bem, mas se eu tivesse uma adega em casa abriria um rosé ou um branco espumante para acompanhar, combinaria melhor ainda.

Ah, eu ainda guardei uma parte da massa em um saquinho e congelei, para ver como fica o resultado depois... Arrasem no nhoque, fácil e simples de fazer. Uma massa fresquinha é sucesso em qualquer mesa!
Buon Appetito!

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Mochilando: Santiago do Chile


Bienvenidos a Santigo! Hoje vou estrear no Sociedade das Ervilhas os relatos de viagem/desejos de viagem. Começo com a capital do Chile, cidade bem organizada, bonita e com mais de 5 milhões de habitantes. Estive lá em outubro de 2011 e essa foto acima foi uma das primeiras tiradas na metrópole, na Plaza de las Armas. Pedro (meu amor), nosso amigo Buttura, Diego (amigo do Buttura que conhecemos na chegada) e o "cachorrito" (segundo o Diegão, carioca-figura 'expert' na língua espanhola hahaha).

Centrão, lojas, muita gente, uma típica catedral em torno da praça e órgãos públicos. Primeiras impressões muito boas: limpeza e nada de fios aparecendo entre postes e poluindo o visual. Não consegui ver um só fio estampado nas ruas dessa cidade, coisa linda. Também vimos poucos mendigos, agora... "cachorritos" de rua, rs, muitos, pra todo lado!

















Foram apenas 4 dias para desbravar a cidade, na verdade 3, já que no quarto nós iríamos para o interior. Foram andanças e mais andanças, quilômetros a pé para curtir as ruas, as praças, o cotidiano local. Que bom que, apesar do sol, sempre havia um ventinho geladinho. Se fosse aqui em Cuiabá, estaríamos literalmente fritos, rs.

A primeira refeição na cidade foi no Mercado Central. Eu estava aflita para conhecer a tal da Centolla (essa coisa linda na foto ao lado). O mercado nada tem de especial, é bem pequeno, aliás, quando você compara com o Mercadão de São Paulo e alguns outros. 
Tem poucas frutas/verduras para vender, tampouco artesanatos locais. lembrou-me o de Montevidéu, tem mais restaurantes para atender os turistas e, além disso, bancas de peixe e frutos do mar, dos mais comuns aos mais estrambólicos.

Comi a minha Centolla al Ajillo, uma delicinha bem temperada e quentinha, além de um bom Ceviche. Em outra visita ao mercado comi um Salmão espetacular, puro, um filé enoooorme (Pedro teve o prazer de me ajudar a não deixar sobrar rs), simplesmente grelhado. Mas, fresquíssimo! O Chile é o segundo maior produtor mundial de Salmão, perdendo só para a Noruega. 

Percebemos muitos restaurante de comida japonesa na cidade. Assim como em Buenos Aires você vê pizza e pasta para todo lado, em Santiago vimos sushi e companhia, com precinhos ótimos. Será que é por causa do salmão fresco e barato?! rs. Enfim, também abusamos dos sashimis e sushis de salmão. Esse da foto abaixo é enrolado com abacate. Uma loucura de delícia!

Além do Mercado Central com os frutos do mar e tal, e dos sushis - que existem em qualquer lugar do mundo - eu não tive muitas experiências gastronômicas interessantes e diferentes. Queria mais comidas típicas, coisas que eu só encontrasse lá, mas não achei, talvez porque essas coisas se encontrem mais no interior, talvez porque eu tenha pedido informações às pessoas erradas, enfim. Ficamos só nos frutos do mar mesmo.


Em relação a bebidas, claro que não podíamos passar batidos pelo Pisco Sauer, que, pra mim, é a caipirinha dos chilenos. Na verdade, me disseram que o pisco original, o bonzão e tal, é do Peru. Então, nem essa bebida é genuinamente chilena, mas tá valendo. O Pisco é uma cachaça feita a partir de uva. E o Pisco Sauer é uma bebida bem batida, que leva o pisco, açúcar, caldo de limão e clara de ovo. Sim, clara de ovo, não liguem pra ela, não deixa gosto nenhum - garanto- e dá uma textura e uma espuma maravilhosas ao drink.

Graças ao Alvaro, um nativo de Santiago que morou com o Pedro na Califórnia, eu pude tomar certamente o melhor Pisco Sauer da região. Visitamos o apartamento do Alvaro e seu pai fez questão de nos preparar um caseiríssimo e tradicional drink, como manda o figurino. Ainda ganhei uma variação da bebida, feita com framboesa, amei! Foi delicioso, mas a cachacinha é danada e pega rápido. Drinks à parte, quase morremos de rir com o companheiro Diego, que, pra lá de bagdá, soltou altas pérolas em português-carioquês que a família do Alvaro certamente entendeu - ou desconfiou, rs.
  
A vista imperdível da cidade é o Cerro de San Cristóbal, para onde vc sobe através do funicular. Lá de cima, você consegue ver o quanto realmente é verdade que Santiago tem um ar horrível! Rs. A Cordillera de los Andes em volta não deixa o ar circular, a cidade é tipo Cuiabá, num buraco rs. Uma crosta de poluição paira sobre a cidade e, sim, como muitos, nós sentimos isso na respiração. Então, em alguns dias é difícil enxergar bem a cordilheira, uma pena!



Pudemos ter um ar mais fresco e gostoso caminhando no Parque Florestal, um lugar onde dá pra você deitar na grama, tirar uma soneca, descansar um pouco das andanças. Bem pertinho de lá fomos ao Museo Nacional de Bellas Artes, onde não encontramos muita coisa surpreendente. Também me impressionei mais com o Bellas Artes argentino.
Num começo de noite - que tem muito sol e cara de tarde - fomos ao bairro Bellavista, super boêmio, com muitas boates, bares, botequins, restaurantes, universidade, gente, artistas de rua, músicos e afins. Super bacana, a rua principal, a Pio Nono, tem suas largas calçadas cheias de mesas e nós andamos a rua toda e voltamos em busca de uma mesinha livre, a qual achamos em um bar cubano. Saudações ao Rafael, mineiro gente boníssima que conhecemos no hostel e se juntou a nós para este e outros programas.
Não posso deixar de citar feirinhas e galerias no bairro Bellavista, com artesanatos increíbles em cobre, coisas lindas!

Lindinho também é caminhar e topar com uma Llama pela calçada, rs! 

Dois passeios que mais me encantaram na capital chilena: La Chascona (uma das casas do imortal Pablo Neruda) e a vinícola Concha y Toro. Cada um desses passeios vai virar um outro post, para que eu possa explorar os detalhes e fotos. A visita às cidades de Viña Del Mar e Valparaíso também.

Vou indo para as "considerações finais" indicando o Andes Hostel, hospedagem super barata e bacana, além de muito bem localizada. Não troco um hostel por nenhum hotel de luxo! Adoro a integração e o intercâmbio que esse tipo de hospedagem oferece, sem perder o conforto e a limpeza, claro. É só escolher um bem recomendado!



 Na primeiro foto eu e o Pedro fomos tomar vinho no quarto dos meninos. A segunda, a sala do hostel e, a terceira, nossa foto de despedida da turma de brasucas que encontramos lá.

Algumas dicas:

- Se você quer comprar vinhos para trazer para casa, vá a um supermercado. Nas casas especializadas o preço chega a ser o dobro e em um simples supermercado você encontra ótimos vinhos com um precinho lá embaixo. Alguns rótulos que nós compramos aqui a algo entre R$ 30 e R$ 40, lá nos achamos a R$ 7, R$ 10. Dá vontade de trazer um mundo de vinho rs.

- Não saia bebendo na rua, andando com uma garrafinha na mão pelas calçadas. É proibido! Nas regiões centrais os bares e restaurantes fecham 1h, super cedo, e o Carabineros (os caras parecem ser fudidos, rs), a polícia local, faz rondas incessantes, para as pessoas, revista e tal. O sistema é bruto, rs.

- Troque apenas um pouco de dinheiro no aeroporto e deixe para ir trocando o restante em casas de câmbio no centro da cidade, você economiza uma grana fazendo isso. Mas troque algo no aeroporto sim, pois os taxistas não aceitam dólar, real ou qualquer outra coisa. Um companheiro nosso ofereceu a parte dele do táxi em dólar e o taxista simplesmente mandou "dólar não vale nada no Chile, nos só aceitamos nosso dinheiro". Bem isso, nos locais onde fomos, só peso chileno, nada de converter e aceitar outras moedas. Essa nacionalismo está estampado de outras maneiras também, ficamos impressionados com tantas bandeiras do país em janelas, sacadas, casas, carros... Acho que eles ganham até de corinthianos e flamenguistas no quesito bandeiras! rs!

- O sistema de metrô é um interessante meio de transporte em Santiago, recomendamos. O trânsito achamos meio bagunçado e os motoristas, bem estressados.

- Última e importante dica: beba muito vinho, os chilenos são bons nisso! E aproveite bem sua viagem, deixe para descansar na volta...rs.







quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Dieta engorda



Em conversas sobre peso – que inevitavelmente ocorrem entre mulheres – eu sempre brincava dizendo “Dieta é coisa de gente gorda. Dieta engorda. Gente magra não faz dieta....”. Claro que eu, abusada, dizia isso no auge do meu físico de lagartixa. Nunca havia precisado de uma dietinha.

Muy bien, o tempo passa, o tempo voa e a poupança Bamerindus... aumenta e cai, rs. Cá estou eu, caindo na real que em pouco mais de dois anos chego à casa dos 30 (fazer uma piadinha tosca com o jingle do Bamerindus é um dos sinais de que você está ficando velha). 

Outro dia comecei a notar que minhas calças não fechavam mais da maneira adequada. Há anos e anos eu uso a mesma numeração. Que cacete aperto. A barriguinha nojenta em torno do umbigo toda saltitante me irritando.

Você começa a ter pesadelos financeiros, se imagina vendendo joias de família para comprar roupinhas novas de um número maior. E sexuais também, tendo pesadelos com seu namorado fazendo amor com o buraco do seu umbigo. Absurdo, claro. 

Além da academia três vezes por semana, fui a uma nutricionista esportiva que me passou uma dietinha. Ok, lá vamos nós, tudo tem uma primeira vez.

Queijo cottage pra cá, pão de 7 mil grãos pra lá, peito de peru defumado, arroz integral (outro pesadelo financeiro). Sem doces durante a semana (eu comia algum todo santo dia), sem qualquer fritura por alguns dias, massas em menor quantidade e muita fruta e muita gelatina pra enganar a vontade de doce.

Eu sempre perdi peso sem querer ou perceber, em semanas mais corridas. Fiquei me achando. “Com uma semana seguindo a dieta à risca perco uns 2 quilos. Missão cumprida e meus jeans 36 de volta ao conforto”.

Duas semanas depois (com intervalos gordinhos aos fins de semana) resolvi me pesar. Tã dãaaaam. Pasmei. Eu havia engordado 200 gramas. Sim, engordei. Duas semanas me policiando e puta que pariu eu engordei.

Agora vou deixar pra lá. Pão francês com manteiga aviação, brigadeiro de panela, vem pra mim! 

Minha teoria está comprovada. Dieta engorda. 

Ervilhas em: O Retorno!




Depois de longos meses – que, sinceramente, me passaram voando – volto ao Sociedade das Ervilhas com um novo propósito. 

Vamos colocar essa ervilhada pra mexer! Trago a vocês, leitoras, uma proposta diferente para o blog, ampliada. 

O que antes era um espaço para contar engraçados e/ou inusitados casos femininos, agora dá espaço também a outras coisas que rolam em uma boa roda de conversa entre mulheres: dicas de beleza, receitinhas gostosas para treinar na cozinha, histórias de viagem, moda, estilo, saúde, filhos e tudo aquilo que possa surgir durante um típico e divertido “clube da Luluzinha”.  

E com humor é mais gostoso, claro! 

Seja bem vinda ao novo Sociedade das Ervilhas!